Ter um filho no Brasil é um projeto cheio de alegrias e responsabilidades, mas também implica em custos significativos. As despesas que acompanham a criação de uma criança podem variar enormemente, dependendo de uma série de fatores como a cidade onde se vive, o padrão de vida desejado e as escolhas feitas pelos pais.
Não há uma resposta simples para a pergunta “quanto custa criar um filho no Brasil?”. Isso porque cada família tem suas próprias prioridades e contextos financeiros que influenciam as despesas relacionados à criação dos filhos. Contudo, estar ciente das necessidades e das opções, bem como praticar um bom planejamento financeiro, pode fazer toda a diferença para manter o equilíbrio entre as despesas e a renda.
O desafio de calcular o custo de criar um filho
Calcular exatamente quanto custa ter um filho é um desafio por conta de inúmeras variáveis. Fatores como emergências médicas, mudanças na economia e até mesmo eventos imprevistos podem influenciar drasticamente o orçamento familiar. Além disso, o custo de vida varia conforme a cidade e o estado, e até mesmo dentro de uma mesma cidade.
Outro ponto relevante é a renda disponível e o padrão de vida que os pais desejam proporcionar. O nível de despesa pode variar se os pais optarem, por exemplo, por uma educação privada e extracurricular ou se preferirem serviços públicos. “Esse custo depende muito do que os pais estão dispostos a oferecer para seu filho”, afirma Elle Braude, planejadora financeira da Associação Brasileira do Planejamento Financeiro.
Elle é mãe de trigêmeos e entende profundamente as nuances financeiras envolvidas na criação de crianças. “Eu tive uma maternidade super-planejada e mesmo assim existem surpresas no dia a dia. Saber quanto você pode e quer gastar é vital para evitar endividamentos e manter um orçamento equilibrado”, acrescenta.
Planejamento financeiro
O primeiro passo para não se perder nas despesas é planejar. Delimitar um valor mensal disponível para despesas com a criança de acordo com a sua realidade financeira é o melhor caminho. É comum que pais queiram prover o melhor para seus filhos, às vezes até fazendo sacrifícios e contraindo dívidas.
O ideal é ajustar o que você pode gastar de maneira equilibrada. “Uma boa prática é não concentrar mais do que 20% a 30% da renda mensal no orçamento para filhos”, sugere Elle. Dessa forma, é possível garantir que outras áreas importantes do orçamento também sejam atendidas.
Para aquelas famílias que não planejaram ainda à chegada do filho, a dica é conhecer e mapear os principais custos e prazos de validade dessas despesas. Listar e detalhar cada despesa pode ajudar a ter uma visão mais clara de onde é possível ajustar as contas.
Reserva de emergência
Um dos pilares fundamentais de qualquer planejamento financeiro, ainda mais quando se trata de ter filhos, é a reserva de emergência. Ela é essencial para lidar com imprevistos, como doenças, acidentes ou qualquer outro tipo de emergência. Em geral, a reserva deve cobrir entre seis meses e um ano do custo médio mensal da família.
É crucial não abandonar essa prática. Imprevistos acontecem e ter uma reserva ajuda a manter a serenidade financeira. Uma dica valiosa é começar a construir essa reserva assim que possível, mesmo que a criança ainda não tenha chegado.
Além disso, é sempre bom garantir que o dinheiro dessa reserva seja de fácil acesso e esteja aplicado em investimentos de baixo risco, assim você tem a certeza de que poderá contar com ele quando realmente precisar.
Os principais gastos na criação de um filho
Há diversos gastos que são inevitáveis ao criar um filho. Essas despesas podem ser mais ou menos onerosas, dependem diretamente das decisões dos pais e do tipo de vida que desejam proporcionar. Entre as principais, destacam-se os gastos com saúde, alimentação e educação, que são constantes desde o nascimento até, em muitos casos, a vida adulta jovem.
Entender cada uma dessas categorias de gasto ajuda a ter uma ideia mais detalhada e realista do orçamento necessário para criar um filho no Brasil. Assim, fica mais fácil tomar decisões informadas que ajudem a manter o equilíbrio financeiro da família, evitando sacrifícios desnecessários.
Em resumo, ter um filho no Brasil envolve uma série de despesas que vão muito além do planejamento inicial. Desde custos com saúde, alimentação, educação e lazer até imprevistos do dia a dia, criar um filho exige preparo financeiro e muita organização.